REQUISITOS DO BOM PROFESSOR
O professor de Escolinha, foi chamado para um dos
trabalhos mais importantes da Igreja de Jesus Cristo, que é cuidar das crianças
que a ele pertence.
Você deve
sentir-se feliz em estar investindo neste grande trabalho, que é o de ensinar a
PALAVRA DE DEUS às crianças!
Ser professor
de criança é ter um cargo sério e elevadíssimo. É um trabalho privilegiado, e
gratificante.
Ser professor
de criança é ter convicção da grandeza do trabalho que se está fazendo na obra
do Mestre; é ter certeza de se estar levantando um edifício de ouro (I Co
3.12).
Ser professor
de criança é trabalhar pelos outros e para Deus, é sobretudo promover a
felicidade de alguém confiando-lhe a GRAÇA DE CRISTO.
No entanto,
queridos professores, para que o
trabalho produza mais frutos é necessário observar alguns requisitos.
REQUISITO - é uma exigência necessária para certos fins,
certos efeitos.
É importante e bom saber
que uma pessoa vale pelo que é e pensa.
O professor é, sobretudo um crente que DEVE saber manusear a Palavra de Deus.
Ele deve ser dinâmico e corajoso, pois luta contra tudo o que contraria os
ensinos Bíblicos.
1º REQUISITO: VOCAÇÃO
Toda profissão exige
qualidades e aptidões das pessoas que a exercem. A isto chamamos de vocação.
VOCAÇÃO - é uma disposição natural do espírito, é como uma
força interna que age nas pessoas dando-lhe a capacidade para desempenhar uma
certa atividade. Talvez não haja no mundo uma função que mais exija este
talento que a do professor. As pessoas separadas para esse trabalho devem ser realmente
vocacionadas. (I Coríntios 7.20). Devemos desempenhar a nossa tarefa com muita
abnegação, porque sabemos que fomos chamados por Deus, e seremos recompensados
por Ele.
A função
essencial do professor é ajudar a criança
a desenvolver os seus conhecimentos e a sua personalidade. O professor é uma
pessoa que procura antes de tudo guiar, orientar, encorajar e descobrir o
interesse dos pequenos. É um trabalho árduo e como tal apresenta segredos e
dificuldades. É preciso que o professor seja idealista. E o que tem vocação
sempre procura novas maneiras, novas técnicas para despertar o interesse da
criança pela palavra de Deus.
Aquele que professa algo
está revelando que sabe o que professa. Se alguém professa medicina, direito ou
pedagogia está também consciente de que sabe essas ciências. Um construtor não
professa medicina, nem pedagogia, nem direito. Se alguém professa alguma
matéria, deve entender dela. O professor dever ser um homem versado nas
matérias que professa. E versado é o homem que é experimentado, que é
entendido.
O professor deve ser versado em assuntos bíblicos e no
modo de aplicá-los as crianças. E para isso precisamos e dependemos do Espírito
Santo de Deus, porque Ele é quem dá a inspiração.
2º REQUISITO: DEDICAÇÃO
DEDICAÇÃO - é uma virtude que se identifica quando uma pessoa
demonstra zelo e interesse total para fazer alguma coisa em favor de alguém.
Sem que haja essa disposição não há dedicação. A soma da vontade de fazer
alguma coisa, mais o interesse de chegar a conclusão desse desejo, podemos
classificar como dedicação. Por exemplo: Se você gosta de ensinar crianças, irá
procurar um meio pelo qual elas aprendam cada vez mais. Ora, para se chegar a
conseguir da criança um bom rendimento na aprendizagem é preciso que haja
dedicação que vem a ser sinônimo de interesse e de vontade.
3º REQUISITO: AMAR A CRIANÇA
A criança sem afeto
tornar-se-á uma pessoa desajustada e, consequentemente, sem domínio sobre si
mesma. Por isso se diz que o amor é dado em troca de uma necessidade. A criança
aprende a amar os outros, quando recebe amor. A criança que não recebe afeto,
cresce conhecendo somente revolta e desprezo pelo próximo e também não ama;
tudo por ter sido criada sem carinho. Suas reações serão as mesmas que sentiu
pelos maus tratos que recebeu. Está na obrigação do professor ajudar o
desenvolvimento da personalidade da criança, tratando-a com carinho.
Para que não ocorra um
desvio na caráter da criança, precisam os líderes dar o máximo de si mesmos,
muito afeto e bom trato, para prenderem a atenção e a confiança da criança.
Lembrem-se de
que as crianças confiam e acreditam em quem amam. Procure sempre falar-lhe a
verdade. Nunca prometa o que não possa cumprir, uma simples “mentirinha” tira
para sempre sua credibilidade.
Para obtermos disciplina sobre a criança é
necessário fazermos uma sondagem, pois cada indivíduo, possui características
próprias. O ser humano não pode ser generalizado. É recomendado aos líderes
distribuir as tarefas de modo agradável, pois, o trabalho mental excessivo é
mais prejudicial que o físico, quando não bem regulado causa irritação e
inquietação. Nunca se pode desprezar as perguntinhas da criança, mesmo que
sejam um tanto sem lógica; a resposta faz com que adquiram confiança, amizade
e, sobretudo, liberdade para confidenciar suas aventuras e sentimentos com o
professor. Devemos acatar as iniciativas da criança, sempre que possível,
aproveitando seu comportamento para dar como exemplo a outros.
Conversar com as
crianças, sem criticá-las, é uma boa maneira de demonstrar-lhes amor. Tenha
sempre um sorriso para elas. Este amor deve ser mantido com autoridade. Sendo
necessário uma repreensão, repreenda de modo meigo, com amabilidade,
lembrando-se de que “resposta branda desvia o furor” (Pv 15:01).
4º REQUISITO: CAPACIDADE PARA ENTENDER A
CRIANÇA
Sentir amor
pela tarefa que tem a desempenhar é o ponto básico para entender a criança, e
compreender as suas necessidades de aprendizagem e afeto, que são fundamentais.
Lembrem-se de que o professor contribui essencialmente para a formação da
personalidade infantil. Porém ,é imprescindível um entrosamento com os pais,
a fim de saber as necessidades que tem a criança tanto espiritual como
emocionalmente: carência de afeto materno etc., para que o professor possa
contornar a situação, dentro dos métodos psicológicos.
O convívio
com Deus prepara a criança para conviver com outras crianças. O professor
prepara a criança para conviver dentro da sociedade cristã (viver acompanhada e
ser companhia). Levar uma criança a Deus é algo muito importante na vida. Ser
moderado e amável são características básicas para liderar crianças,
valorizando a personalidade de cada uma. A criança precisa amadurecer onde haja
paz, calor humano e sobretudo conhecimento de Deus. Tendo idoneidade para
corrigir a criança, quando necessário, faça-o mas faça a sós, para evitar
comentários infrutíferos, ou agressividade. É claro que, às vezes precisamos
repreendê-las, mas quando isto for necessário devemos fazer com muita
(precisão) precaução e carinho. E sempre que as corrigirmos devemos
mostrar-lhes que a vontade de Deus é que sejam obedientes, pois Deus gosta de
crianças obedientes.
É dever do
professor saber versículos bíblicos que dêem a conhecer como devemos nos portar
na Casa de Deus. Quando o professor assim procede a sua classe é sempre a mais
freqüentada, porque os alunos se sentem felizes em estar com ele e se
interessam por aprender dele a palavra de Deus.
5º REQUISITO: MORAL PERANTE A IGREJA
Nós mesmos
somos a Igreja, logo precisamos ser dignos, sobretudo sinceros entre nós
mesmos. Porque bem sabemos que não se deve ensinar o que não se pratica. Foi
por isso que Jesus chamou os judeus de hipócritas (Mt 15:7,9). Não deve o nosso
amor ser fingido, mas ser um amor cordial, com honra uns para com os outros (Rm
12: 9,10).
A moral
assinala o que é honesto e virtuoso segundo os ditames da nossa consciência e
os princípios humanos, a ética diz que a moral trata dessas coisas e dos nossos
bons costumes, e do cumprimento dos nossos deveres. Assim podemos ver que a
moral é o conjunto das nossas atitudes e dos bons costumes para o domínio
espiritual.
O professor de crianças
deve possuir as qualidades morais citadas, porque não se pode educar sem Deus,
e muito menos, utilizar a Bíblia só de lábios e não com a vida moral. Sem estas
qualidades perante o povo de Deus e perante o mundo, não é possível, porque
somos a carta de Cristo conhecida e lida por todas as pessoas (II Co 3: 2,3).
6º REQUISITO: SER EDUCADO NO TRATO
Todos gostam
de receber um bom tratamento, e especialmente as crianças. Elas sempre estão à
procura de alguém que as ame, que lhes dê carinho, e que lhes transmita
segurança. Cabe ao professor usar a maneira mais eficiente para transmitir a
mensagem desejada à criança.
João Batista
nos orienta a este respeito quando diz que “a ninguém trateis mal” (Lc 3:14) e
Tiago diz: “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato as
suas obras em mansidão de sabedoria” (Tg 3:13).
O professor
que se preocupa com o trato dos seus alunos é bem recompensado, porque tem mais
probabilidade de alcançar os seus objetivos e encontrará mais cooperação da
parte de todos. As crianças não gostam de olhares indiferentes, de palavras
arrogantes, nem de gestos bruscos. Portanto, para cativá-las devemos demonstrar-lhes
a nossa alegria em tê-las presentes, elogiando-as, quando necessário, e sempre
externar o nosso interesse por elas.
7º REQUISITO: NÃO TRANSMITIR SEUS PROBLEMAS AS
CRIANÇAS
Um dos principais
requisitos para um bom professor é o equilíbrio emocional, é uma qualidade
indispensável. O professor deve ser uma pessoa calma, capaz de dominar suas
reações emocionais.
O professor
que transmite os seus problemas pessoais na hora de aula é antididátido e
prejudica o seu próprio trabalho. Os alunos são extremamente sensíveis ao
estado emocional do professor. Deste depende criar um ambiente de confiança,
cordialidade e compreensão, para favorecer o rendimento do ensino, e consolidar
a personalidade dos próprios alunos. Devemos lembrar que a criança tem uma alta
capacidade de percepção. Para o professor é necessário ter um padrão de
comportamento estável perante as crianças. O professor não pode ser oscilante
(duas caras), em seu comportamento, pois a criança e o adolescente tem a
tendência de imitar os adultos. Por isso é necessário que o educador tenha uma
personalidade equilibrada e saiba controlar suas emoções.
8º REQUISITO: SENTIR-SE RESPONSÁVEL PELA SALVAÇÃO E
FORMAÇÃO ESPIRITUAL DA CRIANÇA.
Sabemos que esta responsabilidade cabe aos pais,
porem o professor também deve sentir-se
responsável porque é um cooperador nesta missão. Lemos em Zacarias 12:1 que é o
Senhor quem forma o espírito dentro do homem. Porém nós somos os instrumentos
utilizados por Deus para transmitir-lhe a mensagem divina. Por isso devemo-nos
apresentar a Deus como nos incentiva o apóstolo Paulo em 2 Timóteo 2:15 “Como obreiros que não tem de que se
envergonhar e que maneja bem a palavra da verdade”. Devemos conscientizar a
criança da sua salvação e ensinar-lhe que deve mostrar a Deus sua gratidão por
uma tão grande dádiva, fazendo-a entender que o plano de salvação de Deus foi
criado para todos, inclusive para as crianças.
9º REQUISITO: LINGUAGEM ADEQUADA AO NÍVEL DA
CRIANÇA
A linguagem
da pessoa que ensina deve ser clara, correta, objetiva e tais pessoas precisam
sempre procurar aperfeiçoar o seu
vocabulário e corrigir os vícios de linguagem.
Para ensinar
crianças, a escolha da linguagem a ser usada é muito importante. As palavras
devem ser pronunciadas com uma entonação agradável e infantil e, sempre que
possível, utilize o vocabulário da própria criança. Falar bem humorado dando
ênfase às palavras para despertar o interesse da criança pelo assunto abordado
é imprescindível.
Se um professor fala para
crianças usando palavras desconhecidas ou mesmo como se estivesse falando para
pessoas adultas, essas crianças terão dificuldades de assimilação e,
consequentemente, a aprendizagem será reduzida.
Vemos assim a importância
da escolha da linguagem para um bom relacionamento professor criança e um
excelente índice da aprendizagem.
10º REQUISITO: TER CONHECIMENTO BÍBLICO
Conhecimento
é a convicção da consciência obtida pela percepção. O professor deve conhecer a Bíblia porque a lê. Não
devemos falar do que não sabemos. Deus mesmo lhe ensinará toda verdade. O
professor é obrigado a saber comentar a lição, porque quem dá graça é Jesus,
mas quem deve ler para conhecer a lição é o professor. Foi com muita clareza
que o Apóstolo Paulo recomendou aos romanos (12:7) que para quem ensina, “haja dedicação ao ensino”. Professor,
veja como é grande a sua responsabilidade. Porque a Escritura diz que “doutrina do sábio é uma fonte de vida para
desviar dos laços da morte”(Pv 13:1) e diz mais “um mau mensageiro cai no mal” (Pv 13:17).
11º REQUISITO: ESPÍRITO DE LIDERANÇA
Espírito de
liderança é uma parte integrante do bom professor: se ele é responsável pelo
aprendizado do grupo, precisa ser um bom líder. O professor que exerce a
liderança procura compreender cada aluno para conseguir a cooperação de todos.
Muitos professores têm uma concepção errônea de liderança. Julgam que líder é
aquele que impõe, que considera que os alunos como autômatos e incapazes de
vontade própria. No entanto o verdadeiro líder age de maneira totalmente
inversa: faz tudo para que os alunos encontrem as soluções por si mesmos e encorajam os mínimos esforços
de cada um. O líder vê o aluno com uma pessoa capaz de descobrir, idealizar e
criar, e utiliza mais a recompensa do que o castigo.
São os
processos de liderança que dão resultado produtivo e colocam o ensino no mais
alto padrão. Existe ainda o professor indiferente, isto é, aquele que não toma
atitudes: é sempre indeciso, dá aula sem se preocupar com o aluno, como se
apenas estivesse cumprindo o seu dever de expor o assunto, deixando o resultado
a cargo do discípulo. Tal conduta acarreta reações no aluno, baixo rendimento,
desordem e indisciplina.
O professor
que exerce liderança controla toda a situação do aluno, sem lhe dar isso a
perceber. A criança não gosta que alguém lhe indique o que fazer. Ela gosta de
descobrir. Então a função do professor é orientar, associar as idéias e deixar
que a criança as desenvolva, porque ela tem habilidade suficiente para isto.
Mas não devemos deixar que a criança se sinta só no estudo, pois neste caso
seremos um exemplo de professor indiferente e isto não pode ocorrer em hipótese
alguma. Temos o exemplo de Jesus nos seus ensinamentos. Ele sempre foi um
líder, sem ser opressor dos seus discípulos. E nós devemos ser imitadores de
Cristo (Ef 5:1).
12º REQUISITO: ASSIDUIDADE E PONTUALIDADE
O professor
está sendo colocado como espelho onde os alunos procuram mirar-se. Assim sendo,
ele precisa ser assíduo e pontual. Deve chegar sempre mais cedo que o primeiro
aluno, para cumprimentá-lo. A assiduidade dá apoio moral ao professor quando
quiser ou precisar fazer uma advertência nesse sentido.
A criança
afeiçoa-se com muita facilidade ao professor. Quando ele falta, ela pode
entender como sendo deixada em segundo plano. Por isso é necessário o professor
se justificar, no caso de não poder cumprir com o objetivo proposto.
13º REQUISITO: QUALIDADES FÍSICAS
Ser professor
é deveras uma missão árdua e até mesmo complexa. Ela não exige apenas preparo
espiritual e intelectual, mas também físico. A aparência e os hábitos pessoais
colaboram eficazmente na apresentação do trabalho do professor. Ele deve
conscientizar-se de que todos olham para ele; portanto precisa ter cuidado com
a sua postura e procurar corrigir seus maus hábitos, para não dar maus exemplos
aos seus alunos.
A higiene também faz parte do preparo físico;
inclusive no estado psicológico. Uma pessoa asseada sente-se bem e tem
possibilidade de transmitir seus pensamentos com mais eficiência e entusiasmo
diante dos problemas que surgem.
O cristão deve aprender a disciplinar seus
hábitos negativos para que Cristo seja glorificado em sua vida. Portanto, se
para o ensinador cristão estas qualidades são indispensáveis deve o professor
cumpri-las a risco, para um melhor aproveitamento do seu trabalho. As boas
qualidades e os bons hábitos devem compor a formosura e a beleza do conjunto
físico do professor, para sua melhor apresentação, pois engrandece o somatório
de todos os outros requisitos e atributos inerentes ao professor.
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